O colostro é um líquido amarelado produzido antes do parto e liberado imediatamente no momento em que o neonato suga o mamilo da mãe. No momento em que ele suga pela primeira vez o peito, um impulso elétrico vai para a hipófise, estimulando a produção de ocitocina, um hormônio que estimula a produção do leite. No intervalo das mamada a hipófise ainda é responsável pela produção de prolactina, que permite que as células lactofatoras se "abram", soltando o leite nos ductos lactantes. A imunização passiva é de extrema importância, pois há pouca transferência placentária de imunoglobulinas.

Esse primeiro leite que é transmitido ao neonato, é rico em imunoglobulinas A (IgA) e lactobacilos que auxiliarão a criação da imunidade madura, e também na formação da flora bacteriana do trato digestivo, já que ao nascer essa flora ainda não se encontra estabelecida, sendo ela de extrema importância na competição com bactérias e fungos que podem por ventura se instalar no sistema digestivo do filhote.

É importante ressaltar que a medida que as horas passam, o nosso neonato vai perdendo a capacidade de absorver as imunoglobulinas passadas através do colostro, isso porque a permeabilidade do intestino vai diminuindo a partir das 24 horas após o nascimento, e impedindo a absorção de moléculas grandes, como anticorpos. Esse fenômeno é chamado de fechamento intestinal. E quanto maior a quantidade de colostro ingerido, maior a quantidade de imunidade passiva adquirida.

Após ingerido o colostro, a quantidade de imunoglobulina sérica se manterá até por volta de quatro a seis semanas de vida, período em que essas imunoglobulinas sofrem catabolismo e então os neonatos se tornam mais vulneráveis as infecções.

A falta da imunização passiva via colostro tem sido associada a maior vulnerabilidade às doenças e à morte por infecções bacterianas ou virais do trato respiratório e principalmente digestivo.

Algumas empresas comercializam produtos rotulados como sucedâneo do leite contendo colostro, porém não á evidências que esses produtos forneceram imunidade passiva aos que consumirem. Segundo a literatura a não ingestão de colostro pode ser compensada pela injeção subcutânea de soro de um animal adulto ( saudável, vacinado e com mesmo tipo sanguíne) contendo anticorpos contra patógenos específicos. A eficácia da administração desse soro por via oral ainda não foi avaliada.

No caso de agalactia (ausência de leite) o mais indicado é ter uma fêmea para adotar os filhotes, do contrário o sucedâneo do leite será o alimento dos filhotes até o desenvolvimento de suas funções digestivas e metabólica, período em que o alimento semissólido pode ser administrado. A administração do leite de vaca não é adequada , pois contém menos gordura e mais lactose do que o da cadela.


Fonte: Canil Laffranchi